UED: United Earth Defense review

Apesar do nome em inglês, este é um RPG nacional de ficção científica escrito por Julio Matos e Fabiano Saccol e com ilustrações de Diego Madia e editado pela Unza RPG. O livro físico ainda não saiu, mas quem comprou na pré-venda ganhou o PDF e é este que estou revisando. Na pré-venda haviam 3 pacotes diferentes com preços muito convidativos sendo apenas o PDF vendido por , o livro físico por , e o kit com livro, PDF, escudo do mestre e fichas de PJ e armaduras por .
O livro é tamanho pequeno e contém cerca de 130 páginas com interior branco e preto. Tem poucas ilustrações no interior que são bem simples, mas captam a idéia do jogo. O texto é simples e tem poucos erros de digitação. Cada um dos 5 capítulos tem um conto inicial que também são simples, mas transmitem bem o ambiente do jogo.
CENÁRIO

O cenário é pós apocalíptico onde a raça mana quase se extinguiu após a terra ter sido invadida por alienígenas que exterminaram sistemáticamente os humanos e logo depois veio uma nova era glacial. Os humanos que restam vivem em abrigos subterrâneos chamados aglomerados e sofrem de uma extrema escassez de recursos, principalmente energéticos. Por isso um grupo de pessoas pertencentes à UED chamados de runners se aventuram no exterior dos aglomerados usando armaduras aquecidas e carregando pouca munição para Levar mensagens entre os aglomerados, conseguir baterias alienígenas que sã usadas para aquecer o aglomerado, mover máquinas e outras coisas que os engenheiros e mecânicos conseguirem adaptar e etc.
Me lembrou um pouco as cidades de Matrix. O cenário é simples, mas funciona. Ele deixa propositalmente muitas partes abertas para ser desenvolvida pelo mestre como por exemplo quem são os alienígenas? Com o que eles se parecem? O que vieram fazer na terra? Etc. O cenário é interessante, mas pela simplicidade não me vejo jogando por muitos meses. Acredito que deva ficar repetitivo a menos que o mestre botar a imaginação para funcionar.
SISTEMA
O sistema é bem interessante e simples também. Os personagens têm 3 atributos e 3 bônus fixos e a armadura tem um atributo de blindagem. Os atributos são medidos em dados. Assim um atributo pode ser 1d4 e outro 1d10. A jogada é feita somando a jogada do dado do atributo com o bônus apropriado para a situação e se houver, mais algum bonus situacional, contra uma dificuldade definida pelo mestre.
A grande novidade aqui é que cada atributo tem um número limitado de dados na pilha e os jogadores devem pensar bem para fazer a jogada pois estes dados acabam. Foi uma maneira muito interessante de simular a escassez de recursos. Assim quando os dados da pilha de armamentos acaba significa que você ficou sem munição.
Outro ponto muito interessante é que você constroi os PJs com pontos e esses mesmos pontos são usados para construir o aglomerado dos PJs. Assim cada PJ deve contribuir com alguma quantidade de seus pontos de criação para montar o aglomerado e quanto mais fortes forem os PJs mais fraco será o aglomerado e vice e versa. O aglomerado que fornece basicamente os recursos aos PJs, ou seja, os dados das pilhas.
PERSONAGENS

Existem 4 classes de PJ à disposição dos jogadores: soldados, mecânicos, pesquisadores e sobreviventes. Cada um tem uma lista de habilidades que se ganha quando sobe de nível. Por exemplo o soldado já começa o jogo com 2 dados a mais na reserva de coragem e quando atinge rank 1 escolhe uma qualidade para ganhar +1.
Eu achei a quantidade de tipos de personagens pequena. A maioria dos RPGs têm pelo menos 7 a 8 "classes" para os jogadores explorarem ou as fichas são mais complexas permitindo um número grande de variações da mesma classe. As habilidades de classe são bem variadas e interessantes.
INIMIGOS E ETC
O livro tras poucos inimigos entre animais, renegados e 3 tipos de máquinas alienígenas. Apesar de pouca quantidade de inimigos eles cumprem o que o cenário propõe e servem de base para o mestre criar seus próprios desafios. Há ainda uma descrição do aglomerado Zion, uma aventura e um modo alternativo de combate tático em grid hexagonal.
CONCLUSÃO
Eu achei UED um bom jogo com idéias interessantes. O cenário não chega a ser original, mas é uma combinação que funciona. O gerenciamento de recursos é bem bacana. Uma ótima aquisição para o RPG nacional. Pela simplicidade ele deve atrair jogadores iniciantes. Como vantagem ele também conta com a facilidade em mestrar com mínimo book keeping.
Mtos pontos ficaram em aberto no livro e vejo para o futuro possíveis suplementos detalhando a vida dentro dos complexos, os aglomerados principais e a relação entre eles, o que aconteceu em outros continentes e claro, mais classes de personagens.
Não podia deixar de mencionar aqui que os autores liberaram de forma gratuíta a engine do sistema do jogo chamada de Lost Dice, para que outras pessoas possam criar jogos de sobrevivência. Eu estou louco para ver um zombie apocalipse!
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